08 setembro 2014

Roleta Russa


 Hoje eu acordei assim, afim de lançar mão de qualquer vestígio de malícia pra esquecer os pesares da inocência. A beleza está nos olhos de quem enxerga e não de quem vê, da mesma forma que o coração que sente talvez não seja este mesmo. Resisto com firmeza a vontade de ir até você e ser o que eu sou, prefiro a frieza e seriedade que não serão mal interpretadas. Até dá pra sorrir, mas a sinceridade é algo que não se vê faz tempo. 
  Tirar a máscara do orgulho é uma tarefa difícil como não achei que fosse, você tá ali e eu aqui, olhares sem rumo apenas contando com a sorte para que não se encontrem, se acontece o disfarce é certeiro. Mas não é convincente. As coisas acontecem e eu nem vejo, cada movimento só retém minha atenção se for seu, pois ela também é sua. Admito em segredo. 
 Todo cuidado é pouco, qualquer risco é assumido desde que estejamos nessa faixa de gaza que é o espaço entre nós e que por mais temível que seja é melhor que a distância, por mais ridículo que seja é melhor do que a ausência, pior, por mais indiferente que façamos parecer é sempre relevante.
  Talvez sejam estas palavras as que não deviam ser lidas, tô delatando nosso jogo, nossa gracinha, a inconsequência do dia, expondo as regras e possibilidades de vitória, revelando de bandeja minha estratégia final, mas que seja, o jogo é nosso e só jogamos nós. A roleta é russa também e você perdeu sua vez...ou talvez só tenha adiado. 

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